A saúde bucal dos bebês e crianças pode influenciar significativamente a saúde geral, interferindo no crescimento e desenvolvimento facial da criança. As alterações de freios orais tem grande possibilidade de interferir neste desenvolvimento saudável.
A anquiloglossia é uma condição genética de alteração do freio lingual, apresentando-se curto e limitando os movimentos da língua. Esta alteração apresenta diferentes graus de restrições de mobilidade da língua, podendo provocar outras repercussões nas funções orais na infância, necessitando de diagnóstico e plano de tratamento multiprofissional precoce.
A anquiloglossia, de acordo com evidências científicas, pode interferir nas funções de sucção, respiração, deglutição, mastigação, fala, aleitamento materno e sono, embora a criança as realizem com adaptações, portanto as funções orais alteradas podem ser sinais de alterações no freio lingual.
O diagnóstico de anquiloglossia pode ser realizado por um profissional capacitado e habilitado. Nas maternidades geralmente o profissional de referência é o fonoaudiólogo, mas o diagnóstico pode também ser realizado por um cirurgião-dentista. É de suma importância a realização de um exame oral completo, morfológico e funcional, destacando as alterações orofaciais que possam ser a causa do problema de sucção e deglutição ou outras síndromes.
A anquiloglossia produz impactos na qualidade de vida das crianças gerando alterações de desenvolvimento facial, como distúrbios do crescimento maxilar e mandibular, maloclusões, alterações de sono, atresia do palato, respiração oral, dificuldades nas funções sexuais, dificuldade na articulação na fala. Estas alterações podem interferir na socialização da criança no ambiente escolar e no ambiente profissional futuramente, provocando alterações psicossociais.
Durante o aleitamento materno, pode-se observar sinais e sintomas que pode sugerir anquiloglossia: irritabilidade, abertura mínima da boca, não projeta a língua no lábio, pega incorreta e dificuldade em mantê-la, durante a amamentação, retirada ineficaz do leite da mama, cansaço para mamar, dor e desconforto para a mãe no aleitamento.
Existe associação entre a anquiloglossia e possíveis limitações nas funções orais, levando a complicações no aleitamento materno, como o desmame precoce. Além disso, pode causar alterações no desenvolvimento facial da criança, má oclusão, resultando em alterações no padrão de desenvolvimento e crescimento infantil. Os movimentos adequados da língua possibilitam a sua mobilidade, colaborando com as funções orais saudáveis como sucção, fala, deglutição, mastigação, respiração, coordenação dos reflexos orais, principalmente no aleitamento materno.