Flamengo, Botafogo, Vasco e Palmeiras têm em comum, além da coleção de títulos, o investimento em profissionais especializados em Odontologia no Esporte para melhorar o rendimento dos seus atletas. A Odontologia no Esporte ganhou força no Brasil com a atuação chave do cirurgião-dentista Mário Hermes Trigo de Loureiro, junto à Seleção Brasileira durante as Copas do Mundo de 1958 a 1970. No seu primeiro ano, que também marcou a nossa primeira vitória como nação no Mundial, ele extraiu 118 dentes dos 33 atletas que integravam a equipe.
Mas não é só o futebol que emprega dentistas especializados com foco no resultado dos atletas. A Odontologia no Esporte tornou-se uma importante aliada em modalidades de maior contato físico – como as artes marciais e o futebol –, mas também de quem busca performance em esportes de resistência, como triathlon, ciclismo e corrida. O fato é que a saúde da boca impacta em todo o corpo. É dela que decorrem 45% das doenças cardíacas, como arritmia e infarto, por exemplo. Os dados são do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo (USP).
Especialista em Odontologia no Esporte, doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina e professora na Rede IOA - Instituto Odontológico das Américas, Ana Clara Loch Padilha (foto) explica que entre as atribuições do profissional especializado está conhecer o organismo do atleta e identificar alterações que possam interferir no seu rendimento. “Entre as complicações mais comuns em atletas estão cáries, doenças periodontais, fraturas de dentes e ossos, além do desgaste da estrutura dentária causado por ácido com origens não bacterianas”, elenca. O desgaste pode decorrer do uso de suplementos alimentares e isotônicos, que desmineralizam o esmalte do dente.
Além do conhecimento clínico especializado, no IOA a grade curricular de quem estuda para se tornar um especialista em Odontologia no Esporte inclui conteúdos que se relacionam à fisiologia do exercício, fisioterapia, medicina, nutrição e psicologia no esporte. No mercado, há demanda para esses profissionais em grandes clubes, órgãos públicos e empresas privadas de gestão de carreira, prestando serviço dentro do centro de treinamento ou de forma terceirizada, atendendo em clínica particular.
Doping por engano: erros podem destruir carreiras
A velocista jamaicana e ex-medalhista olímpica Shelly Ann Fraser-Pryce foi suspensa em 2010 após o antidoping dar positivo para oxicodona. O analgésico foi autoaplicado pela atleta para tratar uma dor de dente, após indicação do treinador, mas está na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Neste caso, a falta de conhecimento especializado gerou prejuízos irreparáveis para a atleta, principalmente no que diz respeito à sua reputação.
“O dentista tem que ter conhecimento das medicações proibidas pela Wada para que não utilize ou prescreva algo que possa prejudicar o rendimento do atleta”, explica a Dra. Ana Clara Loch Padilha. Por isso, mesmo quem não almeja direcionar seu público-alvo à comunidade esportiva, deve ficar atento às implicações de atender atletas profissionais em sua clínica.
Especialização no IOA Style
A Odontologia do Esporte ganhou força enquanto especialidade no Brasil em 2012, com a formação da Academia Brasileira de Odontologia do Esporte (Abroe), no Rio de Janeiro. Em 2015, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconheceu a área como especialidade, após a última Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas (Aneo).
No IOA, a especialização é oferecida desde novembro deste ano. As aulas são mensais no IOA Style em Balneário Camboriú (BC) e o curso dura 18 meses. A especialista Ana Clara Loch Padilha integra o corpo docente. A Rede IOA se destaca no mercado pela qualidade de ensino e especializações pioneiras, como a harmonização orofacial, que já a mais procurada no país.